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Em sua oitava edição, o evento gastronômico e cultural Cata Guavira reuniu – ao longo da semana – chefes de cozinha, agrônomos, lideranças indígenas e produtores agrícolas para a realização de cursos e diálogos sobre agricultura sintrópica, plantio agroflorestal, biodiversidade e reciclagem, na Chácara Boa Vida, em Bonito.
O festival, que acontece em paralelo ao 17º Festival da Guavira de Bonito, se tornou referência na capital do ecoturismo sul-mato-grossense, e terá mais dois dias de atividades. Neste sábado (27), o evento será concluído na Feira do Produtor, onde os parceiros do evento farão a exposição e comercialização de seus produtos na Praça da Liberdade, a partir das 7h.
Curadora do Cata, a chef Letícia Krause conta que o evento surgiu com o intuito de promover a economia local de maneira sustentável. “O objetivo é, além de apresentar a rica diversidade da cultura gastronômica de MS, também trazer as vozes dos povos locais que são referência de agroextrativismo sustentável”, diz. “Isso contribui para um evento com muita inovação, fortalecendo as comunidades atuando nessas diferentes pontas”, acrescenta.
Neste ano, o Cata Guavira trouxe o biólogo Juã Pereira, proprietário do Sítio Semente, que ministrou aulas sobre práticas de plantio e podas no sistema agroflorestal. Esse sistema reúne as culturas de importância agronômica em conjunto com plantas que integram a floresta, levando em consideração a recuperação vegetal e do solo afetado pela monocultura.
Apoiadora do projeto, a empresa de saneamento Ambiental MS Pantanal, que surgiu da Parceria Público-Privada (PPP) entre a Sanesul e o Grupo Aegea, doou mil mudas de espécies nativas, em parceria com o coletivo Mil Pelo Planeta, para apoiar realização dos cursos. Foram entregues mudas de espécies como angico branco e preto; cumbaru; ipê amarelo, rosa, roxo e branco; jatobá; nêspera; laranjinha do cerrado; cagaita; cedro rosa; murta-cheirosa e cajá-mirim.
Na semana, também foi realizada uma palestra com a servidora da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Jovelina Marina de Oliveira, sobre a importância das abelhas nativas na conservação da biodiversidade e na produção de alimentos.
Ainda participaram do evento lideranças indígenas da Organização Caianás, do povo terena. A organização atua na comunidade Cachoeirinha e aldeias próximas, no município de Miranda, no Pantanal. Líder do Caianás, o terena Leosmar Antonio, promoveu diálogos sobre os fazeres sustentáveis e a cultura ancestral da etnia.
Nesta tarde (26), a partir das 18h, o Cata Guavira realiza uma roda de conversa que será transmitida ao vivo pelo Youtube, sobre extrativismo sustentável. O bate-papo contará com a presença de grandes nomes do extrativismo sustentável na região do Cerrado e do Pantanal: Rosana Claudina da Costa Sampaio (Presidente da CEPPEC) e Libertina (Presidente da Associação das Mulheres Extrativistas e Liderança na comunidade indígena Imbirussu, em Taunay MS).